A grave situação da segurança pública em Carazinho, foi tema de reunião no gabinete do prefeito Milton Schmitz na tarde de segunda-feira (3), ocasião onde estiveram reunidos presidentes de entidade de classe - ACIC, CDL, Sindilojas, Sindicato Rural, OAB/subseção Carazinho e Sindicar, - além do subcomandante do 38º BPM, capitão Juliano Moura; do Promotor de Justiça, Juliano Grizza; da delegada Rita De Carli e dos vereadores Estevão De Loreno, Márcio Hoppen ( Guarapa), Daniel Weber, Tenente Costa, Gian Pedroso e Janete Roos.
Estiveram presentes também familiares do empresário Décio Jost, assassinado por assaltantes na última sexta-feira (30) enquanto trabalhava em seu minimercado no bairro Ouro Preto. O latrocínio está sendo investigado pela Policia Civil.
O prefeito Milton Schmitz ao abrir a reunião destacou a necessidade de se encontrar uma solução para a questão da segurança que em Carazinho está se tornando um problema de proporções insustentáveis. O presidente da ACIC, Jocélio Cunha disse que o tema esgotou todos os limites da tolerância. “Perdemos, um amigo, uma pessoa do bem muito querida por todos na comunidade. Essa morte não pode ter sido em vão. Sabemos das dificuldades enfrentadas pela Brigada Militar e Polícia Civil, principalmente no que se refere a falta de efetivo. Estamos reunidos para saber como a comunidade e o poder público podem auxiliar as forças policiais para que essa situação não aconteça novamente, mas acima de tudo, queremos uma resposta do governo do estado. Só nos unindo é que conseguiremos alcançar nossos objetivos”, afirmou.
A delegada Rita De Carli, destacou que a polícia Civil enfrenta várias dificuldades como a falta de recursos para custeio, mas a principal delas, é o efetivo reduzido. “Temos muitas ocorrências e pouca gente para trabalhar”, disse.
Para o Capitão Juliano Moura, as dificuldades enfrentadas pelas forças policiais colaboram para que crimes assim aconteçam, ainda que o trabalho continue sendo feito. "Trabalhamos com capacidade operacional reduzida, entre 19% a 23% do que seria o ideal. Se dobrássemos o efetivo, ainda não teríamos 50% do efetivo ideal. É importante que a comunidade se mobilize através dos poderes constituídos e das entidades, para que venha maior efetivo. Está por ocorrer a formatura de 1.200 soldados e precisamos pleitear que alguns venham para Carazinho, porque de outra forma é inviável aumentar a segurança. Estamos trabalhando muito e vamos continuar trabalhando, mas estamos no limite de pessoal", relata.
Na opinião do promotor Juliano Grizza é preciso trabalhar a valorização da vida, porque a banalização da morte entre criminosos começou a atingir também os cidadãos de bem. "Os criminosos, entre si, matam por motivos muito fúteis, pelo valor de algumas pedras de crack, por motivos passionais, por qualquer coisa. Precisamos de uma força-tarefa que enfrente essa criminalidade. Mais efetivo, mais operações, mais apoio à investigação, sem isso não é possível fazer o enfrentamento à criminalidade", admite.
O prefeito Milton Schmitz afirmou que tudo que estiver ao alcance do município será feito. “Vamos pleitear maior efetivo, vamos colaborar dentro das possibilidades, com a Polícia Civil e a Brigada Militar, porque isso não pode mais acontecer, é lamentável", ressalta.
Ficou decidido durante a reunião, que será redigido um documento assinado por todas as entidades, pelos três poderes e por representantes da comunidade, requisitando uma força-tarefa para fazer o enfrentamento à onda de crimes que atinge o município. O documento será entregue na próxima quinta-feira (6) pelo prefeito ao secretário estadual de Segurança Pública, Cezar Schirmer.
Autor: Assessoria de Comunicação